
O tempo...o tempo esse algoz às vezes suave, às vezes mais terrível demônio absoluto conferindo qualidade a todas as coisas. É ele ainda hoje e sempre quem decide, é por isso a quem me curvo cheio de medo e erguido em suspense me perguntando:
- Qual é o momento preciso da transposição? Que instante? Que instante terrível é esse que marca o salto? Que massa de vento? Que fundo de espaço concorrem para levar ao limite? O limite em que as coisas já desprovidas de vibração, deixam de ser simplesmente vida na corrente do dia-a-dia, para ser vida nos subterrâneos da memória.
Meu Deus, qual é o momento?
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