sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Clarice



A melhor forma de esquecer uma mulher

é transformando-a em literatura.






Já tive Ritas, Claúdias, Anas, Alines, mas Clarice foi minha dor mais profunda, minha saudade mais presente e meu desejo mais intenso.
Intensidade que se tornou meu vício, minha mania, meu tesão de viver.
Clarice era o abraço-de-olhos-fechados, aquele cheiro único onde o pescoço se transforma em ombro. Clarice era o soluço-seguido-de-engasgo no meio daquele choro bobo, era o rosto vermelho de vergonha durante uma declaração, era a minha raiva ao ver ela decorar a casa com os copos com água pela metade.
Clarice era a companhia das insônias, das tardes tediosas de domingo, dos filmes nacionais na segunda, do agosto-com-gosto-de-desgosto, de setembro, de vários outonos.
Clarice era o porto onde minha alma descançava, era minha espera e por esperar o tempo dar tempo para nosso amor acontecer...eu escrevia.

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