quinta-feira, 11 de agosto de 2011




Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu.




Não nego. Não aqui, onde a casa é minha, onde posso ser eu e outras pessoas. Aqui não nego que o fato de ser invisível para você esse tempo todo me machucou muito.




E machuca.



Já tentei imaginar que a culpa é minha e que seu jeito torto de amar as pessoas pode sim ser especial. Já tentei acreditar que iria passar, que eram só as nuvens negras manchando o céu, já tentei não filosofar e ser realista, já tentei filosofar e não ser realista.

Já tentei te entender, não entender, te esquecer, te amar, te odiar....não viver pra você.



E eu vivo.



E talvez só pra você não seja nítido o quanto me dói cada reprovação, cada carinho não dado, mesmo que eu seja orgulhosa demais pra pedir...como sinto cada grito, cada argumento jogado, esfregado na minha cara. Como não me esqueço de cada castigo dado sem razão, cada lamentação que eu ouvia de longe sobre tudo que você desejava e eu não era.

Já tentei, e como tentei, ser tudo que você sonhava. Fiz academia, usei os mais belos vestidos, parei de cortar o cabelo, aguentava as dores de ter que ser mulher. Fiquei com homens, não prestei vestibular para aquele curso, tentei ser a melhor em todos os aspectos.



E nada.



E talvez nada porque não era o meu desejo. A faculdade não era minha, as roupas, o cabelo solto, os homens de família e futuro, o jeito forte de levar as coisas, as músicas, o ritmo, a vontade de voltar...nada era meu.

Eu juro que tentei gostar das bolsas, das maquiagens, do salto alto, alguns ainda uso, raramente, mas uso...eu tentei. Mas eu não sou assim, não vê? Nunca fui.

E hoje me dói mais não ter sido assim, não ter tentando mais, ou desistido de vez dessa história de alternativa. Afinal, sinceridade e liberdade não consertam coração quebrado e estomâgo vazio.

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