segunda-feira, 1 de agosto de 2011









"Afinal, quando Marcel era criança em Combray, comendo biscostos madeleine à vontade, tudo que queria era fugir da cidade pequena. Mas assim que o fez, passou a sonhar incessantemente em recuperar a infância preciosa que disperdiçara futilmente. Essa é a ironia da nostalgia proustiana: lembrar dos acontecimentos como sendo bem melhores do que realmente foram. Mas, pelo menos, Proust estava bastante ciente da própria fraude. Sabia que Combray de que tinha saudades não era a Combray existira. (Como ele mesmo disse, "o único paraíso é o paraíso perdido.) Não era culpa dele. Nossas memórias não são como ficção. Elas são ficcão."


(Jonah Lehrer in: Proust foi um neurocientista - Como a arte antecipa a ciência. Ed. Best Seller)

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