sábado, 29 de janeiro de 2011

Encaro o espelho.
Percebo poucos mudanças em 19-quase-20 anos. Percebo o peso das memórias empoeiradas que se acumulam entre prateleiras de solidão e drama, me fazendo curvar cansada de carregar tantos fantasmas, personagens e Stellas.
Depois de duas décadas, desejo descanço. Desejo tirar das costas essa mochila-furada-de-histórias e seguir leve, pelo menos.
Hoje todos os fantasmas me assombram, como se eu vivesse o meu passado inteiro em um dia. A casa ontem grande, hoje se torna pequena demais para as minhas angustias, que são engolidas a seco causando uma implosão de sentimentos que eu, incansavelmente, evitada sentir nesses últimos quatro-anos-de-mentira-e-ilusões-baratas.
Até minhas ilusões são de quinta.

Evito sonhos como quem evita a morte. E eles me matam, diariamente.
Não quero morrer pela mão da minha imaginação, que tola tenta me tirar da realidade e me fazer ter fé. Eu, mais tola ainda, aceito o convite e o nego minutos depois, tremendo e implorando para que o abismo me devolva a terra firme, mesmo sabendo que a terra, que agora desejo, vai me sufocar.

Enfim percebo que a morte é inevitável, ou morro sufocada pela terra que engole meus pés ou morro de cara pro abismo que insiste em me convidar pra um vôo livre.

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